Noite dos Mascarados

Carnaval e liberdade passageira em “Noite dos Mascarados”

Em “Noite dos Mascarados”, Chico Buarque usa o Carnaval como pano de fundo para explorar a troca de identidades e a suspensão das regras sociais. A música apresenta um diálogo entre dois personagens mascarados, evidenciado em versos como “Quem é você? Adivinha, se gosta de mim!”, que destacam o clima de sedução e mistério típico da festa. Durante o Carnaval, as pessoas podem experimentar novas versões de si mesmas, deixando de lado suas identidades reais e brincando com papéis diferentes, como nos trechos “Eu sou Colombina!” e “Eu sou Pierrô!”, que fazem referência a personagens clássicos das festas de máscaras e sugerem uma inversão de papéis e emoções.

A letra também utiliza contrastes marcantes, como “Eu nado em dinheiro. / Não tenho um tostão.”, para mostrar que, sob as máscaras, diferenças sociais e pessoais perdem importância. O refrão “Mas é Carnaval! Não me diga mais quem é você! Amanhã tudo volta ao normal” reforça que essa liberdade é temporária, limitada ao período da festa. O verso “hoje eu sou da maneira que você me quer” resume o espírito de entrega e permissividade do Carnaval, onde o foco é aproveitar o momento sem se preocupar com consequências ou identidades reais. Assim, “Noite dos Mascarados” celebra a leveza, o lúdico e a transgressão permitida pela festa, mas também reconhece que essa liberdade é breve e logo chega ao fim.