
Tanto Mar
Chico Buarque
Saudade e esperança em "Tanto Mar" de Chico Buarque
Em "Tanto Mar", Chico Buarque expressa a saudade e a distância entre Brasil e Portugal, destacando não só a separação geográfica, mas também o afastamento político e emocional causado pelas ditaduras e revoluções dos anos 1970. O uso da palavra "pá", típica do português de Portugal, aproxima os dois povos e reforça a solidariedade diante das dificuldades. O "cravo" citado na letra faz referência direta à Revolução dos Cravos, que marcou o fim da ditadura em Portugal. No trecho “Foi bonita a festa, pá / Fiquei contente / Ainda guardo renitente / Um velho cravo para mim”, Chico demonstra alegria pela conquista portuguesa, mas também revela a frustração de não poder participar plenamente desse momento, já que o Brasil ainda vivia sob repressão.
A expressão "tanto mar" vai além do oceano físico, simbolizando o abismo ideológico e a impossibilidade de compartilhar a mesma liberdade naquele período. A menção a “Navegar, navegar” remete ao poema de Fernando Pessoa e sugere a necessidade de seguir em frente, mesmo diante das adversidades. Quando Chico pede “algum cheirinho de alecrim” e deseja colher “uma flor no teu jardim”, ele manifesta esperança de que a liberdade conquistada em Portugal também floresça no Brasil. Assim, a canção mistura nostalgia, desejo de renovação e uma crítica sutil à distância imposta pelos regimes autoritários, mantendo viva a esperança de uma primavera de liberdade.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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