
Bancarrota Blues
Chico Buarque
Crítica à mercantilização no Brasil em "Bancarrota Blues"
Em "Bancarrota Blues", Chico Buarque utiliza a ironia para criticar a transformação de riquezas naturais e culturais brasileiras em simples mercadorias. Logo no início, ele enumera itens como "jerimum", "mamão", "jacarandá", "diamantes" e "ouro", todos oferecidos à venda, o que evidencia uma postura mercantilista. O refrão, "Eu posso vender / Quanto vai pagar?", reforça essa crítica ao mostrar como até elementos fundamentais da identidade e da história do país são tratados como produtos negociáveis. Nas apresentações ao vivo, Chico estala os dedos para simular o som do dinheiro, sublinhando a crítica à ganância e à banalização do valor cultural e social.
A letra também faz referência direta ao passado escravocrata do Brasil, ao citar "negros quimbundos / pra variar / diversos açoites / doces lundus / pra nhonhô sonhar". Com isso, Chico ironiza a naturalização da violência histórica, incluindo o sofrimento dos escravizados no mesmo "catálogo" de produtos da fazenda. O tom irônico se intensifica quando ele afirma "Sou feliz / E devo a Deus / Meu éden tropical", sugerindo uma felicidade ilusória baseada na posse e no orgulho herdado, mas que está sempre à venda. O verso final, "Mas posso vender / Deixe algum sinal", evidencia como até valores considerados inegociáveis podem ser postos à disposição do mercado, mostrando a corrosão ética e afetiva causada pela lógica da bancarrota.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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