
Carta Ao Tom 74
Chico Buarque
Memória e crítica urbana em “Carta Ao Tom 74” de Chico Buarque
Em “Carta Ao Tom 74”, Chico Buarque faz uma homenagem direta a Tom Jobim ao mencionar a “Rua Nascimento Silva, 107”, endereço real onde Tom morava e compunha com Vinícius de Moraes. Essa referência não é apenas nostálgica, mas situa a música em um tempo e lugar marcados por criatividade e felicidade, como mostram os versos “Ipanema era só felicidade / Era como se o amor doesse em paz”. A canção, escrita em 1974, expressa saudade de uma Ipanema mais simples e inspiradora, que começava a desaparecer com as mudanças urbanas do Rio de Janeiro.
A letra mistura lembranças afetivas com críticas à urbanização, especialmente em “Minha janela não passa / De um quadrado / A gente só vê cimento armado / Onde antes se via o Redentor”. Aqui, a perda da vista do Cristo Redentor simboliza a perda de uma paisagem emocional e cultural, tema que Tom Jobim também abordaria depois em “Carta do Tom”. No final, Chico usa ironia ao dizer “É preciso acabar com a natureza / É melhor lotear o nosso amor”, sugerindo que, diante da destruição do ambiente e das mudanças na cidade, até o amor se tornaria algo a ser dividido e comercializado. Assim, “Carta Ao Tom 74” é ao mesmo tempo uma homenagem a Tom Jobim e um lamento pelas transformações do Rio de Janeiro, que para Chico, Vinícius e Tom era símbolo de beleza, música e encontros marcantes.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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