
Na Carreira
Chico Buarque
A dualidade do artista em "Na Carreira", de Chico Buarque
"Na Carreira", de Chico Buarque, explora o conflito entre o desejo de pertencimento e a inevitável transitoriedade da vida artística. O verso “Hora de ir embora / Quando o corpo quer ficar / Toda alma de artista quer partir” resume essa tensão: mesmo quando há vontade de permanecer, a profissão exige constante deslocamento. A música foi composta para o espetáculo "O Grande Circo Místico" e se inspira no poema de Jorge de Lima, reforçando a ideia de que a vida dos artistas de circo é feita de mudanças, desapego e relações passageiras. Isso aparece na letra ao mostrar a rotina de chegar, encantar e partir sem despedidas definitivas: “E nem jamais / Jamais dizer / Adeus”.
A canção traz imagens como “pintar, vestir”, “virar uma aguardente” e “surgir repentinamente na frente do telão”, que representam o ritual de preparação e transformação do artista antes de cada apresentação. Já “saltar, sair / partir pé ante pé / antes do povo despertar” sugere a saída silenciosa após o espetáculo, quase como uma fuga. A referência ao “rei dos ciganos” e ao “mais pobre dos pobres” destaca tanto a liberdade quanto a solidão desse modo de vida, em que o artista é admirado, mas permanece solitário, deixando “a pele em cada palco” sem nunca se fixar. O tom reflexivo da música transmite a beleza e a tristeza de uma existência dedicada à arte, marcada pelo eterno recomeço e pela impossibilidade de permanência.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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