
Sob Medida
Chico Buarque
Relações imperfeitas e autênticas em “Sob Medida”
Em “Sob Medida”, Chico Buarque explora a complexidade dos relacionamentos ao misturar papéis e desafiar convenções sociais. Logo no início, a narradora se descreve como “sua alma gêmea, sua fêmea, seu par, sua irmã, seu incesto”, sobrepondo o sagrado e o proibido. Essa escolha de palavras provoca o ouvinte a questionar o que é considerado aceitável em uma relação, mostrando que a intensidade e a verdade de um vínculo podem existir fora dos padrões tradicionais. Quando afirma “eu não presto”, a personagem assume suas imperfeições e sugere que é justamente por compartilharem defeitos que o casal se encaixa perfeitamente – são feitos “sob medida” um para o outro.
A letra também faz referências bíblicas e culturais, como em “filha da rua” e “cria da sua costela”, evocando a criação de Eva a partir de Adão, mas invertendo a ideia de submissão ou pureza. A narradora se apresenta como “bandida” e “solta na vida”, alguém que foge dos padrões esperados, mas que, por isso mesmo, é a parceira ideal. O refrão, “Se você crê em Deus, erga as mãos para os céus e agradeça”, reforça a ideia de que o encontro entre pessoas imperfeitas é motivo de celebração. No fim, Chico Buarque propõe que o amor verdadeiro não está na idealização, mas na aceitação e valorização das falhas e da autenticidade do outro.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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