Samba Erudito

A Busca Incessante por Amor em 'Samba Erudito' de Chico Buarque

Em 'Samba Erudito', Chico Buarque utiliza uma série de metáforas e referências históricas para narrar a busca incessante de um homem pelo amor de uma mulher. A letra começa com o eu lírico comparando suas ações a feitos extraordinários, como andar sobre as águas como São Pedro e voar sem medo como Santos Dumont. Essas comparações servem para ilustrar o esforço e a coragem que ele emprega para impressionar a amada, mostrando que está disposto a realizar feitos grandiosos para conquistar seu coração.

No entanto, apesar de todas essas proezas, a mulher permanece indiferente. O eu lírico menciona que fez uma poesia como Olavo Bilac e até tentou presentear a amada com um Cadillac, mas nada disso foi suficiente para chamar sua atenção. A indiferença da mulher é simbolizada pelo 'preço alto' que ela coloca em sua beleza, sugerindo que ela é inatingível e que suas expectativas são extremamente elevadas.

Por fim, o eu lírico admite a derrota, comparando-se a Winston Churchill e Pôncio Pilatos. Ele reconhece que, apesar de suas tentativas persistentes, a paciência tem limites e, eventualmente, ele se vê forçado a 'lavar as mãos' e aceitar a realidade. Essa referência a Pôncio Pilatos, que lavou as mãos durante o julgamento de Jesus, simboliza a resignação e a aceitação de que não há mais nada que ele possa fazer para conquistar o amor da mulher. A música, portanto, explora temas de esforço, rejeição e resignação, utilizando uma rica tapeçaria de referências culturais e históricas para transmitir a profundidade emocional da experiência do eu lírico.