
Beradêro
Chico César
Retrato do Brasil profundo em “Beradêro” de Chico César
Em “Beradêro”, Chico César opta por uma interpretação apenas com sua voz, sem instrumentos, o que reforça a autenticidade e aproxima o ouvinte das raízes nordestinas. O termo “beradêro” representa quem vive nas margens sociais e geográficas do sertão, simbolizando um Brasil periférico e profundo. A letra mistura cenas do cotidiano com imagens poéticas, como em “uma moça cosendo roupa com a linha do Equador”, que conecta o trabalho simples à imensidão geográfica, mostrando como o local e o global se entrelaçam.
A cidade de “Catolé do Rocha”, terra natal de Chico César e marcada por conflitos, aparece como símbolo das tensões do interior nordestino: “Catolé do Rocha, praça de guerra, onde o homem bode berra”. O verso “tem uma bala no meu corpo e não é bala de coco” destaca a violência real, contrastando com a doçura da bala de coco, e reforça o clima de insegurança. Já a “cigana analfabeta lendo a mão de Paulo Freire” mistura o místico com o político, ironizando a exclusão social ao mostrar uma analfabeta lendo o futuro do educador símbolo da alfabetização. As dualidades em “a contenteza do triste, tristezura do contente” e “vozes de faca cortando como o riso da serpente” revelam a complexidade emocional do povo retratado, onde alegria e dor convivem. Assim, “Beradêro” constrói um retrato multifacetado do Brasil, expondo desigualdades, resistências e a riqueza da identidade nordestina.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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