Sertão Bendito
Chico da Serra e João da Mata
O galo canta de madrugada
Anunciando do romper da aurora
O vento passa varrendo a estrada
Levando o pó da saudade embora
Na capelinha da Imaculada
O sino bate marcando as horas
Quando amanhece a passarada
Faz alvorada no pé da amora
Assim que o dia se faz clarinho
Na mata se esconde o lobo guará
Só fica o bando e macaquinhos
Comendo frutas no pé de ingá
O João-de-barro protege o ninho
Contra o ataque do carcará
O tico-tico lá no moinho
Enche o papinho só de fubá
O Sol desponta na cordilheira
Trazendo paz ao invés de guerra
As quedas d’água da cachoeira
Forma riacho descendo a serra
Lá na estrada range a porteira
Na invernada o gado berra
A chuva cai apagando a poeira
A sementeira é o cio da terra
Quando anoitece a Lua cheia
No chão estende o lençol de prata
Os curiangos sentam na areia
Depois repousam dentro das matas
E no silêncio da minha aldeia
Ouço um murmúrio lá na cascata
O som da viola quando ponteia
Me presenteia com serenata
Quem não conhece o lugar que moro
Não imagina o quanto é bonito
Aqui eu bebo água sem cloro
Ar poluído só com meu pito
Em minhas preces a Deus imploro
Olhando firme para o infinito
Com tantas graças feliz eu choro
Como eu te adoro sertão bendito
Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Chico da Serra e João da Mata e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: