Estrela Matutina

Renovação e esperança em "Estrela Matutina" de Chico Pottier

Em "Estrela Matutina", Chico Pottier utiliza a imagem da estrela matutina, referência ao planeta Vênus visível ao amanhecer, para simbolizar renovação e esperança diante da rotina. A escolha desse símbolo marca o início de um novo ciclo e convida à contemplação sobre o tempo e o sentido da existência. Quando a letra traz versos como “Na anti-manhã dos átomos, o astrolábio e o que carrego”, há uma fusão entre ciência e poesia: o astrolábio, instrumento de navegação celeste, representa a busca humana por orientação no universo, enquanto “anti-manhã dos átomos” sugere um momento primordial, em que tudo ainda está por acontecer.

A música também reflete sobre a transitoriedade da vida. O trecho “Sequer esses astros farão quietos pouso certo em meio aos corsários do alvorecer” mostra que nem mesmo os corpos celestes têm garantias de estabilidade, assim como as pessoas enfrentam incertezas ao começar cada dia. Já o verso “Sobre o silêncio dos séculos repousam edifícios, automóveis, falsos alfabetos” contrapõe a aparente solidez das criações humanas à imensidão silenciosa do tempo, sugerindo que nossos feitos são passageiros diante do cosmos. Ao repetir o nascimento da estrela matutina, a canção reforça a ideia de recomeço e a importância de encontrar sentido e beleza nos pequenos momentos do cotidiano.