Piscina

A saudade e o vazio em "Piscina" de Chrystian & Ralf

Em "Piscina", Chrystian & Ralf usam a imagem da piscina para retratar a saudade e o vazio deixados por um amor que se foi. A piscina, construída para agradar a pessoa amada, passa a ser um espaço de memórias e sentimentos não resolvidos após a partida dela. O protagonista mantém a piscina como um lugar de lembrança, mergulhando nela para reviver momentos felizes e buscar consolo. Isso fica claro nos versos: “Vou nadando a esmo / Soluçando em pranto, abraçando as águas / Na ilusão gostosa / Que naquele abraço eu abraço ela”. Aqui, a água simboliza tanto o passado compartilhado quanto as lágrimas do presente, mostrando como o ambiente físico reflete o estado emocional do personagem.

A letra reforça a intensidade da dor da perda ao afirmar que, mesmo que a piscina secasse, ela continuaria cheia do pranto do narrador: “Estaria cheia com todo o meu pranto / Que agora derramo”. Essa metáfora mostra que a dor vai além do espaço físico, tornando-se parte inseparável da vida do personagem. A comparação entre as folhas secas ao redor da piscina e o próprio narrador – “Eu também sou folha / Varrida com a longa vassoura do tempo” – destaca o abandono e a passagem do tempo, enquanto a piscina permanece como testemunha silenciosa do amor perdido. Assim, a música transforma um objeto cotidiano em um símbolo profundo de lembrança, saudade e da dificuldade de superar a ausência de quem se ama.