Gato de Schrödinger (part. Lucas A.R.T.)

Paradoxo da autenticidade em "Gato de Schrödinger (part. Lucas A.R.T.)"

"Gato de Schrödinger (part. Lucas A.R.T.)", de Chrono, usa o famoso experimento mental da física quântica como metáfora para a experiência de viver sob constante julgamento social. A música aborda, de forma irônica e direta, a sensação de estar preso entre ser quem se é de verdade e tentar se encaixar nas expectativas dos outros. Isso fica claro nos versos: “Se limita tanto entre / Viver e não viver / Pensando sempre no que / Todo esse povo vai dizer”, que relacionam a superposição quântica à dúvida sobre assumir a própria identidade ou se esconder por medo do julgamento.

A letra critica padrões impostos sobre aparência e comportamento, como em “Você é gordo demais / Você é feio demais / Cê tá magro demais / E cês julga demais!”, mostrando como as pessoas são constantemente rotuladas. Ao mesmo tempo, há uma recusa em aceitar esses julgamentos: “Problema é que / Achavam que eu tava morto / Mas ninguém teve coragem / De abrir pra olhar!”, sugerindo que só é possível conhecer alguém de verdade se houver disposição para ir além das aparências. A participação de Lucas A.R.T. reforça o tom autêntico e caótico, especialmente ao dizer: “É um paradoxo / Foda-se a lógica / A vida é caótica / Eu acho isso ótimo!”, celebrando a liberdade de ser quem se é, mesmo que isso desafie as regras. O refrão reafirma essa escolha: “Vou / Acabar com essa / Sua falácia! / E viver como eu quiser!”, defendendo a autenticidade e a multiplicidade como respostas à pressão social.