My House

Inclusão e espiritualidade em “My House” de Chuck Roberts

A música “My House”, de Chuck Roberts, é reconhecida por transformar a house music em uma espécie de religião inclusiva, com “Jack” representando uma figura criadora e mítica. O trecho “No princípio, havia Jack, e Jack tinha um groove...” faz referência direta à linguagem bíblica, mas, em vez de criar o mundo, Jack cria o groove e, assim, a house music. Essa escolha de palavras, influenciada pelo histórico gospel de Roberts, reforça a ideia de que a house music vai além de um gênero musical: ela é uma experiência espiritual e coletiva.

O discurso de Roberts destaca a universalidade e o sentimento de pertencimento. Isso fica claro em “Mas eu não sou tão egoísta porque, uma vez que você entra na minha casa, ela se torna nossa casa e nossa House Music”. Aqui, Roberts deixa evidente que a house music não pertence a uma pessoa ou grupo, mas a todos que se conectam com ela, independentemente de cor, origem ou religião, como mostra o verso “Você pode ser preto, pode ser branco, pode ser judeu ou gentio, não faz diferença em nossa casa”. O conceito de “Jack” também funciona como metáfora para a energia contagiante da house music, que “dá o poder de Jack your body” (dançar livremente), promovendo união e celebração coletiva. O sermão de Roberts, gravado em Chicago e marcado por sua energia gospel, tornou-se um manifesto de inclusão e liberdade, consolidando a house music como um espaço de acolhimento e expressão para todos.