PUES QUE LE HAGO?

Irreverência e autodeboche em “PUES QUE LE HAGO?” de Chuyin

A música “PUES QUE LE HAGO?” de Chuyin se destaca pelo tom irreverente e pela maneira como transforma situações de excesso e descontrole em motivo de orgulho e diversão. O refrão repetitivo, “Pues, ¿qué le hago?” (“E daí, o que eu posso fazer?”), serve como uma justificativa despreocupada para os comportamentos impulsivos e hedonistas descritos na letra, mostrando que o personagem não sente culpa nem pretende mudar seu estilo de vida. Trechos como “Dicen que estoy loco / Y otras que soy lo que más han deseado” (“Dizem que sou louco / E outros que sou o que mais desejaram”) evidenciam a dualidade entre ser visto como alguém fora dos padrões e, ao mesmo tempo, admirado, o que reforça sua postura desinibida.

O contexto da carreira de Chuyin, marcada por uma persona misteriosa e excêntrica, aparece em versos como “No sé ni quién anda más pinche trabado / Si yo, mi compa' o el chofer del carro” (“Nem sei quem está mais chapado / Se eu, meu amigo ou o motorista do carro”), sugerindo um ambiente de festa e exagero, sem preocupação com as consequências. Expressões como “Me cayó rebién la güerita de ojitos claros” (“Gostei muito da loirinha de olhos claros”) e “ese culo me tiene muy bien” (“esse corpo me deixa muito bem”) reforçam o tom casual e sexualizado, típico de encontros passageiros. O uso de gírias e frases como “Lo que nomás quiero, desaparecer los fajos” (“O que eu quero mesmo é gastar o dinheiro”) e “Pinche Chuyin, por fin sacó el lavado” (“Maldito Chuyin, finalmente lavou o dinheiro”) trazem duplo sentido, misturando ostentação, irreverência e autodeboche. No geral, a música celebra a liberdade de viver sem amarras, mesmo que isso signifique ser visto como “louco” ou fora do comum.