Can't Even Hate You

A honestidade emocional em "Can't Even Hate You" de Cian Ducrot

Em "Can't Even Hate You", Cian Ducrot expõe a vulnerabilidade de quem enfrenta um término sem conseguir sentir ódio pela pessoa que partiu. A música gira em torno da contradição de desejar odiar alguém que causou dor, mas perceber que esse sentimento não surge porque o amor ainda está presente. Isso fica claro nos versos “Sometimes I really try, oh, I try to hate you / But what if it's last thing I should do?” (Às vezes eu realmente tento, oh, eu tento te odiar / Mas e se for a última coisa que eu deveria fazer?). Ducrot revela que, muitas vezes, o desejo de sentir raiva é apenas uma forma de manter algum tipo de conexão, mesmo que negativa, com quem se foi.

A letra aprofunda o envolvimento emocional ao mostrar que a incapacidade de odiar é sinal de entrega total ao relacionamento, como em “You know how I know that I loved you too hard? / 'Cause I can't even hate you for breaking my heart” (Sabe como eu sei que te amei demais? / Porque eu nem consigo te odiar por partir meu coração). O artista também aborda a dificuldade de demonstrar sofrimento, sugerindo que a dor é escondida atrás de uma aparência fria: “Guess that, on the surface, I never cry / But they just don't see what's behind my eyes” (Acho que, por fora, eu nunca choro / Mas eles não veem o que está por trás dos meus olhos). Além disso, ele expressa o medo de carregar traumas não resolvidos, como em “I don't wanna be twenty-six years old / Carrying some pain that I never told” (Não quero ter vinte e seis anos / Carregando uma dor que nunca contei). O sucesso da música nas redes sociais mostra como essa sinceridade e identificação com sentimentos universais de mágoa e aceitação tocam o público.

No fim, "Can't Even Hate You" reflete sobre a inutilidade do ódio após o término, questionando “But what would that do?” (Mas o que isso adiantaria?). A canção se destaca por aceitar que o amor pode persistir mesmo depois da dor, tornando-se uma balada honesta sobre a dificuldade de seguir em frente quando o sentimento não se transforma em rancor, mas permanece como uma marca profunda.