Usina de Melodia
Cida Alves
E se... No verso da coxa eu escrever uma poesia
É a língua na poça lambendo a Lua vadia
É a noite sem roupa, vagarosa e macia
Vem, sussurra teu nome, sussurra ó ventania
Vem, sussurra teu nome, sussurra ó ventania
É a cachaça, é a fumaça, fisgando a luz do dia
É a pedra na vidraça, é um cisco, é agonia
É o tombo na navalha, dissonante sintonia
É salgar o espinhaço de um sapo em sepsia
No fundo do poço é cosa nostra, nostalgia
Quando lembro gostoso do teu corpo melaço
Do teu lábio melado, melanina e melancia
Balançando em minha rede, usina da melodia
Balançando em minha rede, usinando a melodia
Vem, balance, dance, dance, em mim o dia
Balançando em minha rede, usina da melodia
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