Cabocla Jandira

Espiritualidade e proteção da floresta em “Cabocla Jandira”

A música “Cabocla Jandira”, do Círculo Piaga, apresenta Jandira como uma guardiã espiritual da floresta, conectando sua figura à Cabocla Jurema, entidade importante nas tradições afro-indígenas. O trecho “Não bote fogo na mata / Que a mata tem morador / Quem mora lá é Jandira / Jurema, quem lhe mandou” destaca que a natureza é habitada por seres sagrados e protegida por forças espirituais. Assim, destruir a mata é visto não só como um crime ambiental, mas também como uma ofensa espiritual.

A menção a Tupã, o deus supremo tupi-guarani, em “A nossa mata é sagrada / Tupã também mora lá”, reforça a ideia de que a floresta é um espaço divino, compartilhado por humanos e entidades espirituais. O pedido para que o “povo da aldeia” apague o fogo valoriza a ação coletiva e o respeito às tradições indígenas na proteção ambiental. A imagem de Jandira amansando a onça-pintada simboliza a harmonia entre pessoas, animais e espíritos, transmitindo uma mensagem de reverência, proteção e união com a natureza.