Sumiço

Ciclos de afastamento e desejo em "Sumiço" de CJota

Em "Sumiço", CJota retrata um relacionamento marcado por idas e vindas, evidenciado no refrão: “Desculpa o meu sumiço / Eu não tenho tempo pra / Mas mesmo sendo o meu vício / Eu te dei uma chance e no final / Nós voltou pro o início”. Aqui, o termo “vício” mostra uma dependência emocional forte, indicando que, apesar das tentativas de afastamento ou da rotina corrida, o desejo de estar junto sempre leva o casal a recomeçar.

A música também traz elementos de prazer e fuga, como em “Numa paz de maconha, fumando um do marrom / Nem no meu sonho mais bonito ia ter a sensação”, sugerindo que o relacionamento funciona como um refúgio diante das dificuldades do dia a dia. O tom descontraído aparece nas referências à sensualidade e intimidade, como “Sua pele macia, o seu beijo molhado” e “Ela mexe a bunda, eu penso uau”, reforçando a leveza e o desejo presentes na relação. Além disso, o verso “Foda-se esses mano fake, eu sou original” destaca a autenticidade do narrador, que valoriza uma conexão verdadeira em meio a relações superficiais. Assim, "Sumiço" aborda de forma direta as contradições de um relacionamento intenso, onde afastamento e atração se alternam, mas a vontade de recomeçar sempre prevalece.