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Todo Ódio a Burguesia

Clã Nordestino

Sai, sai, sai, sai da frente!
A peste negra do nordeste glocka os pentes
Engatilha as rimas africanas, por um mundo diferente
Não improvisa! A Miséria é uma ferida que nunca cicatriza
Avisa as tias que reciclam a vida, num quilo de latinha
Na quebrada a burguesia financia a chacina
Na esquina a pretinha roda a bolsa e completa a renda mínima
Entenda a armadilha e saiba que a ferida na perna do pretinho é quem paga
O cruzeiro, o transatlântico romântico do casal de canalhas
Pragas são como ricos e os ricos são como pragas
Um dia desse o transatlântico naufraga
Se a sua vida é doce, a minha fome é amarga
Nem o seu cheque ouro custeia as minhas lágrimas
Ver você burguês sofrer, sangrar, pra mim é dádiva!
Odeio o teu jeito de ser, já não suporto mais vocês no poder!
E pros cristãos que juntam ouro e tem casas de aluguel:
"Mais fácil um camelo passar no buraco da agulha
do que um rico entrar no reino dos céus"

Dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Vai, chama o padre pra me exorcisar
Faz uma demanda, manda o tambor rufar
Chama os crentes, faz uma corrente
Fecha o condomínio, esconde os filhos e parentes
Guarda os carros, esconde as jóias
Toca o alarme das mansões luxuosas
Gasta grana, reforça a segurança
Blinda o teu carro, refugia as crianças
Esconde o Roléx, cancela o caviar
Tem medo de morrer? Parou de ostentar
Mais-valia: a palavra mágica pra uma noite trágica
É terror, é terror, na casa da madame
Cena sádica, vamos comemorar
No braço, no saque, na quadrada automática
Na greve, no piquete, na porta de uma fábrica
Um drink do inferno aos canalhas da capa
No gatilho do meu ferro o flash na revista Caras
Cê vai ter que engolir minha carteira de trabalho
Cê vai lembrar de mim na redução de quadro
Logo eu que não fazia, partido, sindicato
Sempre obedeci, sempre cheguei no horário
Agora eu sou o terror de canhão politizado
Então segura a fuga, armadilha de desempregado
Desemprego, desespero, filhos com medo, não é segredo não!

Dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Cinqüenta famílias dominando o Brasil,
Me liga, me avisa, que eu troco a minha rima por um fuzil
Hey, dizem que é azul o sangue da nobreza
Então vamos sangra-los e encher nossas canetas
Vambora, então não demora, essa é a hora de rimar
Foi a falta de escola que mandou matar
Vambora, então não demora, essa é a hora de rimar
Foi a falta d'água que mandou matar
Vambora, então não demora, essa é a hora de rimar
Foi a falta de pão que mandou matar
Então, deixa o meu som bater forte no teu carro
Deixa o meu som ecoar no teu barraco
Deixa o meu som viajar pelo teu rádio
Afinal, eu e você estamos do mesmo lado
Sem direito a brinquedo, sem direito a um hobbie
Maioridade na grade garante os pontos pro seu Ibope
Não é papo de louco, não é papo de loc
No puro-sangue da minha gangue a vingança vem a galope
Nos versos locomunistas, nos pretos mais loucos do norte
Palavras feitas das lágrimas de quem não pára de sorrir
Palavras feitas de sangue de quem não tem pra onde ir
Ressuscita Negro Cosme, ressuscita Rei Zumbi!
Por vocês meu rap é mantra contra o FMI!

Dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

Dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
Todo ódio à burguesia!
Orgulho de ser da periferia!

No compasso dos soluços de quem morreu de bruços
Nos braços dos abraços de quem conhece o luto
No rito dos sorrisos de quem visita o filho
Nos olhos, bem nos olhos de quem ouviu o grito
Nos dedos já sem medo de quem aperta o gatilho
Nos versos controvérsos de quem quer mudar o mundo

Revolução na periferia!

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