Bubble Gum

Vulnerabilidade adolescente e sentimentos em "Bubble Gum"

Em "Bubble Gum", Clairo usa a metáfora de engolir chiclete para expressar o peso dos sentimentos não ditos e o desconforto de guardar emoções, especialmente durante a adolescência. O verso “Bubble gum down my throat and it's a curse” (Chiclete descendo pela minha garganta e é uma maldição) faz referência à crença de que o chiclete permanece no estômago por anos, simbolizando o tempo prolongado em que a narradora convive com o arrependimento de não ter se declarado. Esse gesto cotidiano se transforma em uma representação do medo de se expor e das consequências emocionais de não agir.

A música tem uma atmosfera leve e íntima, mas seus versos carregam uma melancolia evidente, como em “Sorry I didn't kiss you / But it's obvious I wanted to” (Desculpe por não ter te beijado / Mas é óbvio que eu queria) e “It's sad because it just hurts” (É triste porque simplesmente dói). Esses trechos mostram o desejo não realizado e a frustração de amar sem coragem para se abrir. Imagens como “pink flowers grow from my skin” (flores cor-de-rosa crescem da minha pele) e “Pepto bismol veins” (veias de Pepto Bismol) misturam delicadeza e estranheza, sugerindo que, mesmo no desconforto, há beleza e singularidade nos sentimentos adolescentes. Escrito por Clairo aos 15 anos, "Bubble Gum" revela com honestidade a vulnerabilidade e o anseio típicos dessa fase, tornando-se uma confissão sensível sobre o medo de rejeição e o impacto duradouro das emoções não expressas.