Mãe África

A ancestralidade africana e o orgulho em "Mãe África"

A música "Mãe África", interpretada por Clara Nunes, ressalta a importância da ancestralidade africana na formação da identidade brasileira. O verso “Filho meu, tu tem sangue Nagô / Como tem todo esse Brasil” mostra que a herança africana não é apenas individual, mas um elemento coletivo e essencial do país. A referência à "Preta Bá" como a verdadeira mãe que amamentou e ensinou, em contraste com a mãe biológica, destaca o papel fundamental das mulheres negras na transmissão de saberes, afetos e cultura, especialmente durante o período da escravidão, quando muitas crianças brancas eram cuidadas por amas de leite negras.

A canção também menciona Xangô e Oxalá, divindades do candomblé, além dos povos de Angola, Moçambique, Congo e da nação bantu, conectando o Brasil diretamente às suas raízes africanas, tanto espirituais quanto culturais. O pedido de bênção à "Mãe África" representa respeito, gratidão e reconhecimento das origens. O verso “Filho Brasil pede a bênção Mãe África” resume esse sentimento de reverência e busca por identidade. Ao interpretar essa música, Clara Nunes reafirma seu compromisso com a valorização das tradições afro-brasileiras, transformando a canção em um símbolo de orgulho e resistência cultural.