Sonhos e Pesadelos

Superação e identidade em "Sonhos e Pesadelos" do Class A

"Sonhos e Pesadelos", do Class A, aborda de forma direta os desafios e dilemas enfrentados por quem busca realizar sonhos vindo da periferia. A música destaca como a ambição e o orgulho das conquistas caminham lado a lado com a necessidade de manter a essência e o vínculo com a comunidade. Isso fica claro no trecho: “Pique de chefe, chefe, chefe, chefe / Mas com a essência de favela”, que expressa o desejo de crescer sem perder as raízes e o respeito pela própria origem.

A letra alterna entre reflexões sobre autossuperação e críticas ao preconceito social. No verso “Playboy de morro é bandido / E nós tamo envolvido roubando a cena!”, o grupo denuncia o estigma que recai sobre jovens da favela, mostrando que o verdadeiro "roubo" é conquistar espaço e protagonismo na música. O contexto do EP e do documentário do grupo reforça que essas experiências são reais, baseadas nas trajetórias dos próprios integrantes, que veem a música como ferramenta de transformação e resistência.

O refrão, “Tô cada vez mais perto do meu sonho / E a vida é uma canção que componho”, reforça a ideia de persistência, sem romantizar as dificuldades. O verso “Poucos são os que ficam na hora do mate ou morra, irmão / Mostre seu tamanho pro mundo / Ou o mundo te engole” evidencia que a conquista exige coragem e resiliência. Ao valorizar família, amigos e a própria história, o Class A constrói uma mensagem de superação coletiva, onde o sucesso individual está sempre ligado ao fortalecimento das origens.