Encontro Das Águas

Relações e identidade em “Encontro Das Águas” de Cleber Faba

A música “Encontro Das Águas”, de Cleber Faba, utiliza o fenômeno natural do encontro dos rios Negro e Solimões como uma metáfora para as relações humanas e a convivência com as diferenças. Ao citar “Duas águas se encontraram / Abraçaram-se num gesto de amor / Mas elas não se misturaram / E cada qual ficou com sua cor”, a letra destaca como é possível estar junto sem perder a própria identidade. O encontro das águas, onde as cores distintas permanecem lado a lado, simboliza o respeito à diversidade e a importância de manter as individualidades mesmo em meio à proximidade e ao afeto.

A canção também expressa admiração pelo mistério da natureza, como em “Mistério da mãe natureza / Que a correnteza teima em separar”. O impacto visual do fenômeno é ressaltado pelo desejo de registrá-lo (“Quem chega perto quer fotografar”) e pelo encantamento que provoca (“É tão bonita essa situação / Ver as águas se encontrar”). A referência ao boto, animal típico da Amazônia, conecta a música à cultura local e às lendas regionais, como a do “boto namorador”. Por fim, ao afirmar “É lá que afogo as minhas mágoas”, a letra mostra que o encontro das águas é também um espaço de renovação emocional, onde a contemplação da natureza serve de consolo e inspiração.