
Canto I
Clementina de Jesus
Tradição e ancestralidade em "Canto I" de Clementina de Jesus
Em "Canto I", Clementina de Jesus resgata uma tradição ancestral marcada pelo respeito às forças espirituais e às figuras de autoridade do passado. O pedido de licença presente nos versos, como em “Com licença do Curiandamba” e “Com licença do Curiacuca”, faz referência direta aos vissungos, cânticos de origem africana entoados por escravizados na região de Diamantina, Minas Gerais. Esses nomes citados podem representar entidades espirituais, lideranças comunitárias ou figuras simbólicas do universo afro-brasileiro, reforçando a conexão da música com rituais de resistência e preservação cultural, conforme registrado no livro de Aires da Mata Machado Filho.
A repetição do pedido de licença, inclusive ao “Sinhô Moço” e ao “Dono de Terra”, evidencia a relação complexa dos escravizados com os senhores e com a terra onde viviam. Ao mesmo tempo em que reconhecem essas figuras de poder, os versos afirmam a dignidade e a força da tradição africana, marcada pelo respeito e pela busca de proteção espiritual. A interpretação de Clementina de Jesus, acompanhada de instrumentos tradicionais, intensifica o sentimento de ancestralidade e resistência, transformando "Canto I" em um registro vivo da herança cultural dos negros benguelas e em um tributo à memória dos que lutaram para manter suas raízes vivas no Brasil.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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