A Noite Amanhã o Dia

A Dualidade do Tempo e do Medo em 'A Noite Amanhã o Dia'

A música 'A Noite Amanhã o Dia' de Clodo, Climério e Clésio explora a dualidade entre o desejo e a realidade, utilizando metáforas poéticas para expressar sentimentos de anseio, medo e incerteza. A letra começa com a expressão de um desejo profundo, 'Querendo querer queria / Maria quisera ter', que sugere um anseio por algo que parece inatingível. A alternância entre a noite e o dia, 'A noite amanhã o dia morrendo / Morrendo de amanhecer', simboliza a passagem do tempo e a inevitabilidade das mudanças, mas também a esperança que vem com cada novo amanhecer.

A segunda estrofe continua a explorar esses temas, com a imagem do 'vento solto de amor' e 'a tarde que entardecia sorrindo'. Aqui, o vento e a tarde são personificados, representando a liberdade e a beleza efêmera da vida. No entanto, essa liberdade é contrastada com a incerteza e o medo do futuro, como evidenciado nos versos 'Mas pra onde eu vou / Se o caminho é tomado / De susto e de medo'. A letra reflete a luta interna entre o desejo de seguir em frente e o medo das incertezas que o futuro pode trazer.

O último verso, 'Estou preso de sonhos / No fundo do quintal', encapsula a sensação de estar preso entre o desejo e a realidade. O 'fundo do quintal' pode ser visto como um lugar de segurança, mas também de confinamento, onde os sonhos são mantidos, mas não realizados. A música termina com uma reflexão sobre o medo da mudança e da segurança, 'Eu tenho medo da dança / Da segurança e do mal', sugerindo que a segurança pode ser tão paralisante quanto o próprio medo. A letra de 'A Noite Amanhã o Dia' é uma meditação poética sobre a dualidade do tempo, o desejo e o medo, e a luta constante para encontrar um equilíbrio entre eles.