Pop Star

Ironia e autenticidade em “Pop Star” de Coco & Clair Clair

Em “Pop Star”, Coco & Clair Clair exploram com ironia o contraste entre o glamour da fama e o desejo de manter a individualidade. Logo no início, a dupla brinca com essa dualidade ao afirmar: “I don't like the cameras, but I love it when you ogle” (Não gosto das câmeras, mas adoro quando você me observa). Esse verso resume o dilema de quem vive sob os holofotes: rejeitam a exposição constante, mas reconhecem e até se divertem com a atenção que recebem. As menções a marcas como Prada e Dior, além da referência a Mariah Carey, reforçam a estética luxuosa e exagerada, sempre com um tom de sátira à superficialidade do universo pop.

A música também faz piada com o papel de celebridade, como em “Pay me just to party and I show up in my PJs” (Me pague só para ir à festa e eu apareço de pijama), mostrando que, apesar do status, elas mantêm uma postura despretensiosa e debochada. O refrão repetitivo e frases como “We own the VIP / We chugging martinis / We on our Mariah shit” (Somos donas do camarote / Virando martinis / Estamos no nosso momento Mariah) reforçam a ostentação, mas sempre com humor e autossuficiência. O videoclipe, com estética caseira e cenas de perseguição por paparazzi, complementa a crítica à obsessão midiática e à invasão de privacidade. Versos como “I don't really care if I'm a handful” (Não me importo se sou difícil) e “Don't wanna be friends, I'm too special” (Não quero ser amiga, sou especial demais) destacam a postura autêntica e independente das artistas. No fim, “Pop Star” celebra a liberdade de ser quem se é, ao mesmo tempo em que satiriza os clichês da fama e da cultura pop dos anos 2000.