Guns

Crítica à cultura armamentista em “Guns” do Coldplay

Em “Guns”, o Coldplay faz uma crítica direta à cultura armamentista, usando ironia para expor o absurdo da ideia de que mais armas seriam a solução para a violência. O refrão, com a frase “We need more guns” (Precisamos de mais armas), soa como uma decisão oficial, escancarando a lógica distorcida de quem defende o armamento. A música também destaca como a presença das armas é normalizada desde a infância, exemplificado no verso “make pistols with their fingers and their thumbs” (fazem pistolas com os dedos e os polegares), mostrando que a violência é assimilada como parte do cotidiano e das brincadeiras, o que contribui para a banalização do tema.

Além disso, a letra critica a priorização do lucro e dos interesses econômicos em detrimento de valores humanos e ambientais. Isso fica claro em “War is good for business, cut the forests, they're so dumb” (A guerra é boa para os negócios, derrubem as florestas, elas são tão burras), denunciando a lógica que coloca o dinheiro acima da educação, da paz e da preservação ambiental, como reforçado em “Who needs education or A Thousand Splendid Suns?” (Quem precisa de educação ou de Mil Sóis Esplêndidos?). O tom direto e a gravação crua, inspirada em Bruce Springsteen, aumentam o impacto da mensagem. O refrão “Everything's gone fucking crazy / Maybe I'm crazy too” (Tudo ficou completamente louco / Talvez eu também esteja louco) expressa a sensação de impotência diante de um mundo desorientado, mas também sugere uma autocrítica, reconhecendo que todos acabam envolvidos nesse ciclo de loucura coletiva.