Qual Violência

Reflexão social e crítica em “Qual Violência” do Cólera

A música “Qual Violência” da banda Cólera faz uma crítica direta à sociedade ao mostrar que a violência vai muito além da agressão física. A letra destaca que comportamentos como ganância, obsessão, vingança e ignorância são vistos como símbolos de uma falsa honra, como no trecho: “Neurose, ganância, obsessão, vingança / E até mesmo a ignorância são símbolos / De uma pseudo-honra para a maioria das pessoas”. Essa visão denuncia valores distorcidos e a naturalização de atitudes violentas em uma sociedade consumista, onde “ter é mais importante do que ser”. Essa abordagem está alinhada com a trajetória do Cólera, que sempre usou suas músicas para denunciar injustiças e estimular a resistência social.

A canção faz um panorama das várias formas de violência presentes no cotidiano, incluindo manipulação midiática (“Da estúpida hipnose na TV”), fome, racismo, pobreza e a situação dos povos indígenas (“Índios sem direitos, sem respeito, reservados como gado / Em sua selva em carvão”). Ao questionar “Qual violência é pior?”, a banda desafia o ouvinte a refletir sobre a banalização e a hierarquização das violências, sugerindo que todas são graves e interligadas. O refrão “Quero um mundo melhor / Qual violência, qual decadência / Quanta indignação!” reforça o tom de protesto e esperança, característico do punk engajado do Cólera. O verso final alerta para a necessidade de mudança coletiva, ampliando a crítica para questões ambientais e existenciais, e mostrando que, sem ação, não há futuro para a humanidade ou para o planeta.