Igual Bob Marley

Resistência e autenticidade em "Igual Bob Marley"

Em "Igual Bob Marley", ConeCrewDiretoria utiliza a figura de Bob Marley como símbolo de resistência, liberdade e orgulho em relação à cultura da maconha e à marginalização social. O título e o refrão não apenas homenageiam o ícone jamaicano, mas também associam o ato de fumar à espiritualidade e à busca por paz, como fica claro no verso “acendo um e rezo”. Já o trecho “perdão ao Pai, mas não vão me manter cego” reforça a recusa em aceitar a alienação ou a opressão imposta por normas sociais consideradas hipócritas pelo grupo.

A letra traz elementos de rebeldia e afirmação de identidade, como em “desde moleque já era meio rebelde, ó, ó, revoltado” e “meu posicionamento não é em cima do muro, eu juro”. O grupo se posiciona como porta-voz dos marginalizados, criticando o preconceito e o falso moralismo em versos como “trabalho alternativo chamam de vagabundagem” e “não aturo falso moralismo, eu não aturo”. A referência a Bob Marley funciona como metáfora para a luta por respeito e liberdade, legitimando o uso da cannabis como parte de uma cultura de resistência. O clima descontraído e urbano, com menções a festas, amizades e ostentação, reforça a ideia de viver de forma autêntica, celebrando a coletividade e a liberdade, sempre “dono do baile” e com “acesso em todo acesso”.