Tan Tan

Noite carioca e excessos em “Tan Tan” do ConeCrewDiretoria

Em “Tan Tan”, do ConeCrewDiretoria, a repetição do verso “Começa as 4 da manhã / Com os bud de Amsterdã / Incomodo mais que Gudang Garam / Pede whisky dou uns puxo no Kan Kan / Duvido quem não fique tan tan” expõe a rotina de festas intensas e o consumo de substâncias, elementos marcantes do cenário alternativo do Rio de Janeiro. A menção ao “bud de Amsterdã” faz referência à maconha de alta qualidade, enquanto “Gudang Garam” é um cigarro indonésio de cravo, ambos símbolos de um estilo de vida hedonista e conectado a tendências globais. O termo “Kan Kan” aparece como uma gíria para alguma substância ou bebida, reforçando o clima de experimentação e busca por sensações fortes.

O videoclipe, que mostra os integrantes do grupo em profissões comuns com cabeças aumentadas, ironiza o anonimato e a alienação da rotina urbana, ao mesmo tempo em que destaca a irreverência do ConeCrewDiretoria. A letra mistura ostentação, crítica social e autodepreciação, como em “Já me perguntei: se eu sumo ou se eu vivo sem isso tudo? / Não, eu não consigo viver sem isso tudo”, revelando uma dependência emocional e física desse estilo de vida. O refrão “duvido quem não fique tan tan” sugere que a intensidade das experiências é tão grande que qualquer um acabaria perdendo o controle, seja pelo uso de drogas, álcool ou pela energia das festas. Além disso, versos como “nem ligo pra regra, quebrei ditadura / Acabei com a censura” reforçam o espírito contestador e libertário do rap carioca, criticando a repressão e a hipocrisia social.