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Perdi meu sono de novo, caralho
Mais uma noite em claro
Tá foda viver um pesadelo acordado
Eu fecho os olhos e ainda vejo os manos
Corpos perfurados, sangue coagulando
Com a pressão diferente de minutos atrás
O bambambã blindado que zombava da paz
Me ajuda, me salva eu não posso morrer agora
É só um croque no pote, do loque de cabeça oca!
Cinco, apenas cinco eram precisos, cinco minutos antes, após o quinto tiro
Pro finado se tornar um fugitivo, mudar de vida ou morrer com um oitão na cinta
Ser um covarde vivo (crédito zero, impossível)
Morreu trocando, teve uma morte digna
É a cara ou não, cada um cada, faz a sua cara assina a sua sentença
Tá tocando o sino da igreja, o convite é propício
Pra alimentar a alma, meditar, pra pensar, refletir aí
Se vale a pena fugir ou ficar por aqui
Conheço a palavra, me sinto envergonhado a consciência pesa, tenho minha família
Dá vontade de jogar tudo pro alto, me converter e cuidar da minha vida!

Ir ou não ir
Dormir quando o sol nascer
Quando o sol nascer
Ou voltar e resgatar
Os manos que cresceram juntos, juntos com você

Todos os caminhos que eu procuro, eu não consigo encontrar
Mas, me mostre meu Deus o mais rápido o uma pá da paz
Pra resgatar aquele mano (viciado em drogas)
Pra resgatar aquele mano (que mata e que rouba)
Pra castigar aquele cara que estupra menores (pra esse não tem perdão! É pena de morte!)
Se o Teu filho morreu por nós
Quantos mais morrerão por não ouvir a Sua voz?

Faça sua parte que Eu te ajudarei!
Pra colher bons frutos, semeei o bem

Sétimo dia, mais uma missa
Uma mãe dividida entre a dor e a agonia
Ela, sempre ela, treta vezes treta
O Bem versus o Mau, menos uma vida
Matemática maldita, soma negativa
Porcentagem em débito, 90% finado
Certo, errado? Não vem ao caso
O que interessa é que estamos perdendo a guerra
Do outro lado do muro não tão longe daqui
Diploma do crime, ponto final da liberdade
De pessoas como nós que pensamos como eles
Separados jogadores de um mesmo time

Ir ou não ir
Dormir quando o sol nascer
Quando o sol nascer
Vou voltar e resgatar
Os manos que cresceram juntos, juntos com você

Entre ir ou não ir, se depende de mim
Eu vou em frente, você vai me seguir
Vim te buscar, cara! Vou te levar embora!
Agora, vambora, joga o cachimbo fora!
Dom, não é alucinação
Sou eu e creio em sua recuperação
Né não, truta! O crime não compensa
Vai aí bons motivos, veja que vale a pena
Mãe, filho, sangue do seu sangue, alguém que queira a sua felicidade
Maluco encarqueirado, o mundão te aguarda
Aquela mina que trincou contigo na cadeia
Não vou dormir e nem fechar os olhos
Não vou virar as costas pros meus manos
Que cresceram comigo e só estão perdidos
Se depender de mim, vão encontrar o caminho

Ir ou não ir
Dormir quando o sol nascer
Quando o sol nascer
Vou voltar e resgatar
Os manos que cresceram juntos, juntos com você

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