Manicomio

Cumplicidade e intensidade em "Manicomio" de Cosculluela

Em "Manicomio", Cosculluela transforma a ideia de loucura em um elemento central do relacionamento, usando o termo como metáfora para o caos e a intensidade emocional vividos pelo casal. O artista faz referências diretas a medicamentos como Klonopin e Xanax, além de versos como “un amor de manicomio, de lo que me causa insomnio” (um amor de manicômio, do que me causa insônia), para mostrar que o amor é tão intenso que chega a ser difícil de suportar, exigindo até remédios para lidar com ele.

A letra destaca o contraste entre a marginalidade e o romance, como em “En la calle se rumora que tengo pandilla / Y pa' tus padres, yo soy la pesadilla” (Na rua dizem que tenho uma gangue / E para seus pais, sou o pesadelo), mostrando que o relacionamento é visto como problemático por quem está de fora, mas faz sentido para o casal. O verso “Son dos loco en el mundo / Desde el segundo en que te conocí” (São dois loucos no mundo / Desde o segundo em que te conheci) reforça que essa "loucura" é o que une os dois, criando uma conexão única. O clima urbano e as gírias reforçam a ideia de um amor fora dos padrões, onde brigas e reconciliações fazem parte do ciclo, como em “Yo te llamo peleamos, siempre arreglamos / Es un amor de manicomio lo que ambos llevamos” (Eu te chamo, brigamos, sempre nos acertamos / É um amor de manicômio que ambos carregamos).

No geral, "Manicomio" usa a linguagem do reggaeton e do trap para retratar um relacionamento intenso, caótico e autêntico, onde a "loucura" é tanto um desafio quanto uma escolha consciente de viver algo verdadeiro, mesmo que incompreendido pelos outros.