Crônica (part. Froid)

Referências e crítica social em “Crônica (part. Froid)” do Costa Gold

“Crônica (part. Froid)” do Costa Gold, com participação de Froid, apresenta uma análise crítica do cenário urbano e do rap brasileiro. A frase “gang é gangrena, que apodrece, cai” expõe a visão do grupo sobre a cultura de gangues, associando-a à degradação de valores e à autodestruição. O uso de áudios de Cipriano Pobreza reforça o tom de denúncia, destacando a repressão governamental e a opressão vivida por trabalhadores e jovens das periferias.

A música se destaca pelas referências culturais e históricas. Predella cita nomes como Da Vinci, Karl Marx e Martin Luther King, ampliando o debate para além do rap e sugerindo que a música pode ser uma ferramenta de transformação social e intelectual. Froid utiliza referências da cultura pop, como “Game of Thrones”, “Beyblade”, “Denzel”, “Blade” e “Tomb Raider”, para mostrar sua criatividade e autenticidade, fugindo dos clichês do hip-hop. Nog faz uma ponte com a tradição musical paulistana ao mencionar Adoniran Barbosa e Sabotage, valorizando o respeito no rap: “Respeito é pra quem tem Sabota no peito”. Predella também critica o governo, citando João Doria e abordando temas como impostos, corrupção e desigualdade, além de afirmar o poder de sua arte ao dizer que seu flow “equivale, vale muito, vale (din)”.

Assim, a música funciona como uma crônica urbana que mistura ironia, denúncia social e orgulho das origens, usando metáforas e referências para desafiar padrões, questionar o status quo e valorizar o rap como voz ativa da juventude periférica.