Inevitável

Reflexão sobre limites e incertezas em “Inevitável”

A música “Inevitável”, do CPM 22, explora a sensação de que, apesar dos sonhos e planos, a vida é marcada por incertezas e limites que não podem ser evitados. O trecho “Nossas vidas ideais não existem mais / Nos restou conviver / Aceitar somos simplesmente mortais” destaca a aceitação melancólica de que os sonhos perfeitos se desfazem diante da realidade, e que a mortalidade impõe barreiras intransponíveis. A letra adota um tom direto e reflexivo, encarando de frente a dificuldade de lidar com expectativas frustradas, sem buscar consolo fácil.

O contexto da música reforça temas como a efemeridade da vida e a incerteza do futuro, evidentes em versos como “Espero contar com a minha sorte / Ou pedir pra Deus / Com a certeza da incerteza do amanhã”. Aqui, a letra expressa tanto a confusão quanto a necessidade de se apoiar no acaso ou em algo maior, já que o futuro é imprevisível. O verso “Querer como se fosse a última vez” sugere a urgência de viver intensamente, pois nada é garantido. No final, a dúvida existencial se intensifica em “Sair sem saber a que horas vou voltar / Se vou voltar”, mostrando a vulnerabilidade diante do desconhecido. Assim, “Inevitável” traduz de forma clara o sentimento de resignação e confusão diante dos limites impostos pela vida e pela morte, temas que dialogam diretamente com o público do CPM 22.