Felicidade Não Existe

Solidão e busca em "Felicidade Não Existe" de Creone e Barrerito

"Felicidade Não Existe", de Creone e Barrerito, aborda de forma direta a sensação de que a felicidade plena é inalcançável para quem já perdeu um grande amor. O título já antecipa o tom resignado da música, e a letra reforça esse sentimento ao mostrar um narrador que procura, sem sucesso, alguém capaz de lhe dar amor e felicidade: “Procuro alguém neste mundo / Que tenha amor para dar / Amor e felicidade / Não é fácil de encontrar”. Essa busca frustrada é um tema recorrente na música sertaneja dos anos 1970, período em que a dupla se destacou, refletindo o contexto rural e emocional de muitos ouvintes da época.

A narrativa gira em torno da solidão e da amargura após a perda de um amor importante, como mostram os versos “Já tive alguém nesta vida / E para sempre perdi” e “Só me resta a amargura / Desprezo e solidão / Vindo morar para sempre / Em meu pobre coração”. O sentimento de abandono é tão profundo que o narrador sente que até o mundo zomba de sua dor, intensificando a sensação de isolamento. A repetição da pergunta “Aonde andará agora / O amor que eu sempre quis?” reforça a ideia de uma busca interminável e de uma esperança que nunca se realiza. Assim, a música traduz de forma simples e sincera a experiência universal da perda e da dificuldade de reencontrar a felicidade, temas centrais na tradição sertaneja brasileira.