Ainda Há Tempo

Esperança e transformação social em “Ainda Há Tempo”

A música “Ainda Há Tempo”, de Criolo, aborda de forma direta como a falta de empatia e conexão pode afetar a saúde mental, inclusive de quem aparenta estar bem. O verso “Tudo está guardado na mente / O que você quer nem sempre condiz com o que outro sente” destaca a preocupação do artista com o impacto emocional da exclusão social. O refrão “As pessoas não são más, elas só estão perdidas / Ainda há tempo” resume a mensagem principal: mesmo diante dos erros e das dificuldades do cotidiano, ainda existe espaço para mudança e reconciliação, tanto no nível individual quanto coletivo.

Um ponto importante é que Criolo revisitou a letra anos depois para remover expressões machistas e transfóbicas, demonstrando amadurecimento e compromisso com a inclusão. Esse cuidado aparece também em trechos como “Não quero ver você triste assim, não / Que a minha música possa te levar amor”, onde o artista busca acolher e confortar o ouvinte. A música faz referência direta à vida nas periferias, como em “No Grajaú, só, no frio de dá dó / Esperando a lotação pra ir pro evento de rap”, conectando a experiência pessoal de Criolo à de muitos ouvintes. Ao tratar de temas como a perda de amigos, a pressão do sistema e a busca por pertencimento, Criolo constrói uma narrativa de resistência e esperança, mostrando que a arte pode ser um caminho para a cura e a transformação social.