Apocalipsis

Prazer e urgência em "Apocalipsis" de Cris MJ

"Apocalipsis", de Cris MJ, usa o conceito de fim do mundo como metáfora para viver o prazer e o desejo de forma intensa, sem pensar no amanhã. O termo "apocalípsis" não indica destruição literal, mas sim a urgência de aproveitar o momento, como mostra o refrão: “Hoy chinguemo' hasta morir / Ante' que llegue el apocalípsis” (Hoje transamos até morrer / Antes que chegue o apocalipse). A letra tem um tom sensual e descontraído, celebrando sexo, luxo e liberdade, elementos comuns do reggaetón, mas aqui com um toque de hedonismo extremo.

O álbum mistura reggaetón tradicional com pop futurista, o que aparece nas referências modernas e luxuosas, como “el bolso Louis Vuitton lleno de trixi” (a bolsa Louis Vuitton cheia de trixi, gíria para drogas ou itens de festa). Citações a marcas e artistas como Yandel, Wisin e Wizkid reforçam o clima de ostentação e festa. A menção à “manzana” que “vamo' a comérnosla junto'” faz referência ao fruto proibido, sugerindo entrega ao prazer sem culpa. O verso “te quiero igual que como llegaste al mundo” traz sensualidade direta, enquanto frases como “lo nuestro es pasajero” (o nosso é passageiro) e “hoy llegué sin el squad” (hoje cheguei sem a turma) reforçam a ideia de encontros intensos, mas passageiros. Assim, "Apocalipsis" celebra o desejo e convida a viver sem reservas, antes que o fim chegue.