Eu Memo

Autenticidade e resistência em "Eu Memo" de Crônicas de Um Babaca

O nome do artista, Crônicas de Um Babaca, já indica o tom provocador e autêntico da música "Eu Memo". Ao adotar um termo pejorativo, o artista desafia julgamentos e transforma a autodepreciação em uma afirmação de força, reforçando a ideia de autoaceitação. Isso se reflete no refrão repetido: “minha cara é ser eu memo, chapa”, que funciona como um mantra de autenticidade e resistência às pressões para se encaixar em padrões sociais.

A letra mistura relatos de dificuldades financeiras, como “trancado no quarto contando dinheiro trocado” e a luta para “pagar as conta”, com imagens de liberdade e rebeldia, como “emplacar BR numa moto sem placa” e “500 por hora, teu radar não pega multa”. Esses trechos mostram tanto a busca por autonomia quanto o desejo de viver sem amarras, mesmo diante dos desafios. O artista também compara o processo de criar rap ao esforço de “colorir um quadro tão foda como o de Picasso”, destacando que conquistar respeito exige persistência e autenticidade. No fim, a música deixa claro que, apesar das dificuldades e julgamentos, o essencial é manter-se fiel a si mesmo e celebrar a própria identidade sem culpa ou vergonha.