Eu Abro a Nossa Gira

A Espiritualidade e a Tradição em 'Eu Abro a Nossa Gira' de Curimba

A música 'Eu Abro a Nossa Gira' do grupo Curimba é uma celebração das tradições e da espiritualidade presentes nas religiões afro-brasileiras, especialmente a Umbanda. A letra destaca a importância da gira, um ritual de dança e canto que invoca entidades espirituais, como os caboclos, para guiar e proteger os praticantes. A repetição da frase 'Eu abro a nossa gira' enfatiza a abertura e a preparação para esse momento sagrado, sempre com a invocação de Deus e Nossa Senhora, mostrando a sincretização entre elementos do catolicismo e das religiões de matriz africana.

A menção a 'Sambolê pemba de angola' faz referência a elementos específicos da Umbanda, como a pemba, um giz sagrado usado para traçar pontos riscados, que são símbolos mágicos e de proteção. A palavra 'Sambolê' pode ser interpretada como uma saudação ou um cântico de louvor. A repetição desses termos ao longo da música reforça a importância desses elementos rituais e a conexão com as raízes africanas, especialmente de Angola, que influenciam fortemente a Umbanda.

A letra também destaca a devoção ao orixá Ogum, considerado o pai e protetor dos caminhos e das batalhas. A frase 'Na fé de Ogum meu pai' indica uma profunda ligação espiritual e uma confiança na proteção e orientação desse orixá. A música, portanto, não é apenas uma celebração das tradições, mas também uma afirmação de identidade e fé, mostrando como esses elementos são essenciais para a vida e o trabalho dos praticantes. A repetição da necessidade da gira para poder trabalhar reforça a ideia de que a espiritualidade é intrínseca ao cotidiano e ao bem-estar dos fiéis.