Siempre Peligroso

Força e identidade no rap latino em “Siempre Peligroso”

“Siempre Peligroso”, colaboração entre Cypress Hill e Fermín IV, destaca a força e a identidade do rap latino, indo além da simples exaltação do poder. O verso “Yo fumo mota con todos mis vecinos” reforça a ligação do grupo com a cultura da maconha, mas também sugere uma conexão comunitária, onde o consumo se torna símbolo de união e resistência. O tom agressivo e desafiador, presente em frases como “Cypress Hill son asesinos” e “te llevo a la loma pa' tirarte en el hueco”, funciona como metáfora para a postura destemida dos artistas diante das adversidades do cotidiano urbano, refletindo o ambiente hostil das ruas e a necessidade de se impor para sobreviver.

A participação de Fermín IV acrescenta uma reflexão sobre evolução pessoal e domínio artístico, especialmente no trecho “Agarro el micrófono como el machete que va abriendo los caminos y las veredas aquí en la tierra”. O microfone é comparado a um machete, instrumento de luta e abertura de caminhos, simbolizando como a música serve tanto para defesa quanto para conquista de espaço. O instrumental, compartilhado com “We Live This Shit”, reforça a ideia de continuidade e intercâmbio cultural, enquanto a menção a cidades como Monterrey e Los Angeles destaca o alcance transnacional do rap latino. O refrão “Caminando por la calle siempre es peligroso” resume o sentimento de constante alerta e perigo, mas também de orgulho e pertencimento, onde a atitude é tanto proteção quanto afirmação de identidade.