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Desconfiança e crítica social em "Parano" de D-Fi Powèt Revòlte

Em "Parano", D-Fi Powèt Revòlte transforma a paranoia em uma poderosa ferramenta para denunciar a falta de solidariedade e autenticidade no cotidiano do gueto haitiano. A música expõe o medo constante de traição e a dificuldade de confiar em quem está ao redor, como fica claro no verso “grandi nan panye krab, m wè nèg ap rale m desann chak fwa m vle monte” (cresci em um cesto de caranguejos, vejo caras me puxando para baixo toda vez que tento subir), referência direta ao chamado "efeito caranguejo". O artista mostra que, nesse ambiente, até os líderes acabam se tornando seguidores e confiar nos outros é sempre um risco, como em “M pa twò kwè nan lòm, reyaksyon yo pap etone m” (não confio muito nas pessoas, as reações delas não me surpreendem).

A letra também traz uma crítica à busca por fama superficial e ao reconhecimento póstumo, evidenciada em “M fuck omaj posthume, menm si m tonbe sou bal pa rafal” (não ligo para homenagens póstumas, mesmo que eu caia sob uma rajada de balas). D-Fi questiona o valor do sucesso individual quando a comunidade ainda sofre, como em “A kwa bon pou m ap briye si frè m ap mouri famin” (de que adianta eu brilhar se meu irmão está morrendo de fome). As referências a figuras conhecidas e ao cotidiano do gueto reforçam a autenticidade da mensagem. O refrão, com a repetição de “M parano” (estou paranoico), serve como alerta para o impacto psicológico de viver em um ambiente hostil, onde a desconfiança e a falta de apoio ameaçam até mesmo os sonhos mais simples.


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