EU ANDO COM A MORTE

A presença constante da morte em "EU ANDO COM A MORTE"

Em "EU ANDO COM A MORTE", D$ Luqi personifica a morte como uma figura feminina sofisticada e sedutora, destacada no verso “só taça de vinho, não curte refrigerante”. Essa imagem cria um contraste entre o glamour e o perigo, mostrando como a morte está sempre próxima, pronta para agir diante de qualquer erro, como sugerem as comparações com “cobra peçonhenta” e “aranha armadeira”. O clima sombrio e urbano da música reflete a experiência de quem vive em ambientes hostis, onde a violência e a sensação de ameaça são constantes.

O verso “assinei com sangue um contrato vitalício” indica que o artista aceita conscientemente os riscos de sua realidade, assumindo um pacto com a morte. A letra também mostra que, nesse contexto, o amor dá lugar à lealdade, pois confiar em alguém pode ser perigoso. A participação de Fab godamn reforça o clima de violência e paranoia, com referências diretas a armas e à eliminação de rivais, tornando a morte uma aliada nas disputas de poder. O refrão repetido “eu ando com a morte” funciona como um mantra de sobrevivência, mostrando que, para esses personagens, viver perto do perigo é inevitável e até necessário para conquistar respeito nas ruas.

A mudança de D$ Luqi, que deixou o personagem satírico Luckhaos para adotar uma postura mais séria, aparece na letra, que abandona o tom cômico e aborda de forma direta temas como violência, medo e sobrevivência. Assim, a música retrata de maneira crua a realidade de quem vive à margem, onde a morte é uma presença constante, elegante e letal.