Oração à Violência

A Dualidade da Violência em 'Oração à Violência' de D$ Luqi

A música 'Oração à Violência' de D$ Luqi é uma obra que explora a complexa relação entre violência e redenção, utilizando uma linguagem crua e direta para transmitir suas mensagens. A letra começa com uma confissão quase blasfema, onde o eu-lírico admite sentir prazer na dor alheia, algo que ele reconhece ser moralmente errado ao pedir perdão a Deus. Essa dualidade entre o bem e o mal é um tema recorrente na música, refletindo a luta interna do artista entre seus impulsos violentos e a busca por redenção.

A repetição da frase 'Deus que me perdoe, mas, eu me sinto bem' serve como um mantra que reforça essa dualidade. A violência é personificada e quase ritualizada, como se fosse uma oração, uma prática que o eu-lírico se sente compelido a seguir. A menção à equipe como uma 'tropa igual trem' sugere uma força implacável e organizada, pronta para esmagar qualquer oposição. A letra também faz referência ao uso das redes sociais como um campo de batalha moderno, onde palavras podem ser tão letais quanto ações físicas.

A música também aborda a hipocrisia e a falsidade, especialmente no mundo virtual. A linha 'Vai no seu Twitter e pede desculpa também' critica a superficialidade das desculpas públicas e a falta de autenticidade nas interações online. A violência aqui não é apenas física, mas também emocional e psicológica, manifestando-se em diferentes formas de agressão. A oração final, onde o eu-lírico deseja que tudo acabe 'debaixo do chão', pode ser interpretada como um desejo de fim para essa espiral de violência, uma busca por paz e resolução, mesmo que através de meios extremos.