Vida de poeta
Dalva de Oliveira
Quem ver aquele poeta
Falar sobre a dor alheia
É capaz de não crer
Que de dor ele tem
A própria vida cheia
Enquanto ele vai falando
De um amor que o amigo perdeu
Vai calar no próprio peito
As dores que já sofreu
Não se julga ninguém pela fisionomia
Um sorriso nos lábios não que dizer alegria
Uns sabem sofrer
Ao suportar a maior dor
Outros dão cabo da vida por um falso amor
Em cada coração há algo oculto
Um ciúme banal ou crime de grande vulto
E o poeta vai falando sem parar
Embora muitos desejem fazê-lo calar
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