Road To Zion (feat. Nas)

A luta por justiça em "Road To Zion (feat. Nas)"

"Road To Zion (feat. Nas)", de Damian Marley, utiliza a jornada espiritual rastafári como metáfora para a resistência contra a opressão social e política. O termo "Zion" representa não só um destino religioso, mas também um ideal de liberdade e justiça, em oposição à "Babilônia", que simboliza o sistema opressor, corrupto e materialista. Isso se evidencia nos versos: “In this world of calamity / Dirty looks and grudges and jealousy / And police weh abuse dem authority / Media clowns we nuh know bout variety” (Neste mundo de calamidade / Olhares sujos, rancores e inveja / E policiais que abusam da autoridade / Palhaços da mídia que não conhecem variedade). Damian Marley denuncia as dificuldades enfrentadas por comunidades marginalizadas, enquanto o refrão “I got to keep on walkin', on the road to Zion, man” (Tenho que continuar caminhando, na estrada para Zion, cara) reforça a importância da perseverança e da esperança diante das adversidades.

A participação de Nas amplia a mensagem, trazendo referências diretas à violência e desigualdade, como ao citar “President Mugabe holdin' guns to innocent bodies in Zimbabwe” (Presidente Mugabe apontando armas para corpos inocentes no Zimbábue) e a repressão policial contra jovens negros. Nas também faz uma autocrítica ao materialismo e à alienação, reconhecendo sua própria culpa e a persistência do encarceramento em massa: “And I'm guilty for materialism, fuck that / Blacks is still up in the prison, trust that” (E eu sou culpado pelo materialismo, dane-se isso / Negros ainda estão presos, pode acreditar). A união entre reggae e hip-hop, junto ao sample de Ella Fitzgerald, reforça a tradição musical de resistência e a ideia de luta coletiva, tornando "Road To Zion (feat. Nas)" um chamado à ação e à transformação social e espiritual.