Elétrica

A Conexão Divina e Tecnológica em 'Elétrica' de Daniela Mercury

A música 'Elétrica' de Daniela Mercury é uma fusão vibrante de referências culturais, tecnológicas e espirituais. A letra começa com menções a figuras míticas e culturais como Boitatá e Papai Noel, e rapidamente se desloca para um cenário global com a repetição de 'London'. Essas referências iniciais sugerem uma mistura de tradições e modernidade, um tema recorrente na obra de Daniela Mercury, que frequentemente explora a interseção entre o local e o global, o antigo e o novo.

A canção também aborda a questão do 'filho pródigo' e os 'códigos' que ele carrega, possivelmente uma metáfora para a busca de identidade e propósito em um mundo cada vez mais digital e interconectado. A menção ao 'código de micro' e ao 'livre arbítrio' sugere uma reflexão sobre a liberdade individual em um contexto tecnológico, onde o 'clone de deus' pode ser interpretado como uma alusão à criação de vida artificial ou à manipulação genética. Essa dualidade entre o divino e o tecnológico é reforçada pelo refrão 'E eu e deus, e deus e eu', que coloca o indivíduo em um diálogo direto com o divino, mas também com a tecnologia.

A repetição da palavra 'elétrica' no refrão enfatiza a energia e a vitalidade que permeiam a música. A inclusão de frases em diferentes idiomas como italiano, alemão e inglês ('Alzate lê braccia in alto', 'Machen die hande hoch', 'Bitte, please por favor') reforça a ideia de uma conexão global e multicultural. A menção a Xangô, uma divindade do candomblé, adiciona uma camada espiritual e ancestral à canção, conectando o moderno ao tradicional. 'Elétrica' é, portanto, uma celebração da diversidade e da interconexão, tanto no sentido cultural quanto espiritual e tecnológico.