In The Shadow Of The Horns

Simbolismo ocultista e rebeldia em “In The Shadow Of The Horns”

Em “In The Shadow Of The Horns”, do Darkthrone, a imagem do “rosto do bode no espelho” logo no início da música faz referência direta ao simbolismo do bode na iconografia ocultista, especialmente à figura de Baphomet. No contexto do black metal norueguês dos anos 90, essa imagem representa rebeldia, paganismo e oposição ao cristianismo, temas centrais do gênero. A atmosfera sombria da faixa reforça o mergulho em misticismo e ocultismo, elementos que marcam tanto a música quanto o álbum ao qual pertence.

A expressão “shadow of the horns” (sombra dos chifres) sugere não só a presença do bode, mas também a influência de forças obscuras e ancestrais, acessíveis apenas aos “reis do alvorecer do primeiro milênio”. Isso evoca uma linhagem de poder e conhecimento oculto. A letra descreve a humanidade como “raça das sementes amaldiçoadas”, guiada pelo “triunfo do caos” e por um ódio profundo, o que pode ser visto como crítica à sociedade moderna ou exaltação da ruptura com valores tradicionais. O verso “nós circulamos o santo Sinai – nossas espadas deram asas” reforça o tom anticristão, rejeitando símbolos sagrados do cristianismo. No final, a menção ao beijo no bode e à bruxaria conecta a narrativa à tradição do ocultismo, sugerindo que esses elementos ainda influenciam o presente. A dedicação do álbum a Euronymous, figura central do black metal norueguês, reforça a ideia de continuidade e reverência aos “gloriosos” do passado, como destacado em “chorando pelos túmulos dos gloriosos”.