O Cubo

Identidade e autenticidade em "O Cubo" de Dazaranha

Em "O Cubo", Dazaranha utiliza metáforas botânicas e geométricas para abordar a pressão por conformidade social, especialmente no contexto de Florianópolis, cidade natal da banda. O verso “Nasci no meio de milhares de pinheiros, mas eu saquei que sou uma goiabeira” destaca o contraste entre o ambiente predominante e a identidade única do indivíduo. Aqui, a banda sugere que reconhecer e valorizar as próprias diferenças é fundamental, mesmo quando se está cercado por padrões estabelecidos.

A letra segue com “Na geometria desse mundo me disseram que eu sou quadrado, mas eu sou triangular e quem sabe circular”, ampliando a reflexão sobre os rótulos impostos pela sociedade. As formas geométricas representam as tentativas de encaixar as pessoas em categorias fixas, enquanto a afirmação de ser “triangular” ou “circular” indica a liberdade de ser múltiplo e não se limitar a definições rígidas. O trecho “O alecrim e hortelã me confundem” reforça a ideia de que, assim como ervas de aparência e aroma semelhantes podem ser confundidas, as pessoas também podem ser mal interpretadas ou rotuladas de forma simplista. Com uma linguagem descontraída e o uso marcante do violino, a música celebra a autenticidade e a individualidade, elementos centrais na identidade do Dazaranha.