A Baía de Cascais

Memórias e saudade em “A Baía de Cascais” dos Delfins

Em “A Baía de Cascais”, os Delfins utilizam a imagem do “barco a arder” na baía como símbolo de memórias marcantes, despedidas e transformações. A escolha da banda por Cascais, sua cidade natal, para encerrar a carreira e a forte ligação afetiva com o local reforçam o tom nostálgico da música, que funciona como uma homenagem à terra e ao mar que a cercam.

A letra cria uma atmosfera contemplativa ao comparar o mar aos olhos de uma pessoa querida, como nos versos “Vejo o mar nos teus olhos” e “Lembro o mar nos teus olhos”. Essa associação aproxima o sentimento de saudade à imensidão e ao mistério do oceano, sugerindo que as lembranças e emoções ligadas à pessoa amada são profundas e difíceis de compreender. O trecho “pintar esta baía com mil cores” mostra a tentativa de eternizar momentos vividos ali, transformando a paisagem em um quadro de memórias afetivas. O refrão, “Nesta baía eu descobri tantas imagens perto de mim”, reforça a ideia de descoberta e proximidade emocional com o lugar.

A música alterna entre a lembrança de um amor perdido e a contemplação do ambiente, transmitindo solidão e saudade, especialmente em “Só, no cais / Vou recordar esse teu olhar à deriva no mar”. Assim, a baía de Cascais é apresentada não apenas como um espaço físico, mas como um refúgio emocional, onde as lembranças permanecem vivas através das imagens e sentimentos que o mar inspira.