Deixe Eu Cantar

Orgulho sertanejo e liberdade em "Deixe Eu Cantar"

"Deixe Eu Cantar", de Delmiro Barros, destaca o orgulho das raízes sertanejas e da identidade nordestina. O artista faz questão de situar o ouvinte em cenários específicos, como "Serrote da Galinha" e "riacho da Serrinha", reforçando o sentimento de pertencimento a uma terra marcada por tradições, simplicidade e uma forte ligação com a vida rural. Esses detalhes geográficos não servem apenas como pano de fundo, mas funcionam como afirmação cultural, algo recorrente na obra de Delmiro Barros, que valoriza o sertão e seus personagens.

A letra também adota um tom descontraído ao abordar relacionamentos, como no trecho "Mulher bonita, que ama cavalo e gado / Se não tiver namorado, me espere, que eu chego já". Aqui, o vaqueiro solteiro se mostra espontâneo e confiante, misturando carência com bom humor. O refrão reforça essa busca por companhia, sempre de forma leve. Nos versos "Eu sou matuto, sem anel e sem diploma / Ninguém rouba e ninguém toma o meu direito de cantar", Delmiro valoriza o saber popular e a liberdade de expressão, mostrando que o orgulho de ser "matuto" não depende de títulos ou reconhecimento formal. O direito de cantar representa resistência, alegria e autenticidade, celebrando a cultura do sertão como algo inalienável.